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Crise é Consequência da perda da dignidade humana

terça-feira, 29 de julho de 2014 comentários
Na ordem das crises do mundo atual, existe uma evolução negativa sobre a concepção da dignidade do homem: do homem centro da criação progressivamente se passou ao homem produtor, consumidor, ao câncer da sociedade, homem inútil e custoso.

Sugiro o que se pode ler nas entrelinhas da encíclica Caritas in Veritate. “Bento XVI nos diz que não temos que colocar a culpa nos instrumentos quando na verdade somos nós que os usamos mal. Não são os instrumentos que devem mudar, mas o homem. A medicina, a economia etc., são instrumentos; o que os torna mais ou menos éticos é como o homem os usa.”

Na introdução da encíclica, o que explica clérigo é que a origem da crise está no niilismo dominante e na perda progressiva dos valores.

Em outras palavras, “na origem desta crise está o fato de não ter respeitado inteiramente a vida e a dignidade do homem (a Humanae Vitae) e o tipo de progresso que o homem deve seguir, um progresso ideal (a Populorum Progressio)”.

Considerando que a crise nasce da paulatina perda de consciência da dignidade da pessoa humana, o que, no final das contas, se reduz a um problema: “se o homem é filho de Deus ou se é a evolução de uma bactéria. E se o fim justifica os meios e, por conseguinte, a vida não tem sentido. A diferença está em que, na visão laicista, a vida não tem um sentido sobrenatural”.

Esta é uma tentação que não pode ser desconsiderada, especialmente se entendemos que é a pessoa quem é capaz de sair da crise. O problema não é colocar mais regras, mas solicitar o melhor da pessoa.”

Considero, além disso, que existe um desafio educativo. Não se trata somente de leis ou de ajudas econômicas, mas de ter uma concepção própria da pessoa, da família e do organismo social. elementos que dão vida ao próprio fundamento da ação.

Com essa ideia de degradação humana abre-se espaço para o reconhecimento do dano moral que sofremos como sociedade em relação a várias situações as quais nós como vítimas não somos passíveis de detrimento anímico, como se dá com doentes mentais, as pessoas em estado vegetativo ou comatoso, crianças em tenra idade e outras situações tormentosas.
 
Dignidade Humana é mais preciosa que qualquer patrimônio.

Por mais pobre e humilde que seja uma pessoa, ainda que completamente destituída de formação cultural e bens materiais, por mais deplorável que seja seu estado biopsicológico, ainda que destituída de consciência, enquanto ser humano será detentora de um conjunto de bens integrantes de sua personalidade, mais precioso que o patrimônio. É a dignidade humana, que não é privilégio apenas dos ricos, cultos ou poderosos, que deve ser por todos respeitada. Os bens que integram a personalidade constituem valores distintos dos bens patrimoniais, cuja agressão resulta no que se convencionou chamar de dano moral.

Gálatas 5:1 Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.
Neste sentido, visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social qual é o niilismo da Dignidade Humana. Convido-vos a refletir no sacrifício de Jesus Cristo. Que com sua Paixão, Morte e Ressurreição, libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Por isso aconselho-vos a procuraremos conscientizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem:


Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Vida, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?

Queridos, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê?
De poder, de fama, de bens materiais... E isso – pasmem! A troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós: (Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância.

Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos nos, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade dos filhos de Deus (Rm 8, 21), despertando em cada coração sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.

Atenciosamente Pr. Maycon Vieira da Silva.

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